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Reforma Tributária 2026: CBS e IBS em teste, menos burocracia e como se preparar

## Reforma Tributária 2026: O que muda para empresas e consumidores

A partir de 2026, o Brasil inicia um novo ciclo tributário, promovendo uma das maiores mudanças no sistema de impostos sobre consumo das últimas décadas. O objetivo é eliminar complexidades, reduzir burocracias históricas e melhorar o ambiente de negócios, tornando-o mais transparente, eficiente e coerente com os padrões internacionais. Essa reforma impactará empresas de todos os portes e consumidores, exigindo atualização, planejamento e adaptação dos processos internos.

### Simplificação Tributária: Chegando ao Fim do Labirinto Fiscal

O núcleo da reforma é a unificação de cinco tributos — PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS — em dois novos impostos principais: CBS e IBS. O CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) será federal e substituirá PIS e Cofins, enquanto o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) será uma responsabilidade compartilhada entre estados e municípios, reunindo ICMS e ISS numa única estrutura.

Além desses, surge o Imposto Seletivo (IS), voltado exclusivamente para produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e veículos poluentes. O IS funcionará para desincentivar o consumo desses produtos, alinhando, assim, a política tributária à promoção da saúde pública e proteção ambiental.

### O Modelo IVA Dual: Menos Cumulatividade, Mais Clareza

Com a adoção do modelo IVA Dual, inspirado nas melhores práticas internacionais, os impostos serão cobrados apenas sobre o valor agregado em cada etapa da cadeia. Isso elimina a incidência em cascata de tributos, o famoso “imposto sobre imposto”, um dos principais entraves para a competitividade brasileira.

Outro destaque do novo sistema é a padronização das alíquotas e a cobrança realizada no local de consumo do serviço ou produto. Acabam, assim, distorções regionais históricas e a famosa guerra fiscal entre estados, favorecendo um ambiente mais equilibrado para negócios, investimentos e inovação.

### 2026: Ano de Transição e Testes

Em 2026, o Brasil não entrará de cabeça nessa nova estrutura. Será um ano-teste, cujo foco é validar o funcionamento das novas regras e adaptar sistemas de gestão, emissões fiscais e controles internos.

As alíquotas de CBS e IBS serão baixíssimas, praticamente simbólicas (0,9% para CBS e 0,1% para IBS). O objetivo é permitir que empresas, contadores e sistemas tecnológicos possam se adaptar gradualmente. Neste ano, as informações desses tributos aparecerão nas notas fiscais apenas para fins de monitoramento e calibração do novo sistema tributário.

Importante destacar: os tributos antigos continuam em vigor, ou seja, PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI ainda serão calculados e recolhidos normalmente em 2026. O CBS e o IBS funcionam somente como um campo informativo, ainda não sendo recolhidos.

### Impactos Diretos para Empresas

#### Menos Burocracia, Mais Eficiência

O maior ganho imediato será a simplificação. Empresas, sobretudo micro, pequenas e médias, serão poupadas do emaranhado de regras, cálculos complexos e obrigações acessórias que marcam o atual sistema. Isso reduz consideravelmente custos operacionais e risco de erros fiscais.

#### Preparação Tecnológica

Neste cenário, atualizar sistemas de gestão — como ERPs, CRMs e soluções de BI que integram operações fiscais e emissão de notas — se faz indispensável. Ferramentas tecnológicas precisarão ser adaptadas para lidar com os novos campos tributários, novas fórmulas de cálculo e relatórios mais claros e integrados.

Empresas que dependem de sistemas defasados deverão buscar soluções modernas de ERP e automação fiscal, a fim de manter a conformidade e aproveitar os benefícios da transparência trazida pela reforma.

#### Desafios B2B e Competitividade

Embora a tendência seja de simplificação, empresas que atuam no modelo B2B, especialmente aquelas enquadradas no Simples Nacional, precisarão revisar operações. A reforma pode alterar a forma como créditos tributários são apurados e transferidos ao longo das cadeias produtivas, exigindo uma atenção redobrada à precificação e à gestão de margens.

#### Redução de Encargos Trabalhistas

Outro ponto relevante é a desoneração da folha de pagamento integrada à reforma. Isso tende a tornar mais barata a contratação de colaboradores, em especial para setores intensivos em mão de obra. Essa medida pode estimular a formalização e o crescimento dos negócios, incentivando a geração de empregos.

### Reflexos para Pequenos Negócios

#### Simples Nacional em Observação

O Simples Nacional não será extinto, mas o impacto da reforma sobre a competitividade dos pequenos negócios segue gerando dúvidas. Empresas que vendem para outras empresas podem perder vantagens, já que a forma como créditos fiscais são tratados muda com o fim da cumulatividade.

#### Revisão de Preços e Margens

Com a alteração na incidência dos impostos, a carga tributária pode variar para cada setor. Pequenos negócios precisam revisar seus preços e margens, avaliando se a carga vai crescer ou diminuir e buscando ajustar estratégias de venda para manter a saúde financeira.

#### Apoio Profissional Redobrado

Em momentos de transição como este, contar com um contador atualizado e um consultor tributário experiente pode ser um diferencial. O papel do profissional contábil ganha ainda mais relevância, ajudando a interpretar as novas regras e assegurar que todas as obrigações estejam em dia.

### Cronograma da Transição: Como Será na Prática

– **2026:** Ano de testes, sem recolhimento obrigatório de CBS e IBS. As empresas devem registrar os valores nas notas fiscais para monitoramento.
– **2027:** O CBS entra de vez, extinguindo o PIS e o Cofins. O IPI terá alíquota zerada, exceto para produtos da Zona Franca de Manaus.
– **2028 em diante:** Transição plena para o novo regime, com recolhimento efetivo de CBS e IBS, valendo integralmente para todas as operações.

### Como se Preparar: Dicas Práticas para Negócios

#### Atualize seus sistemas de gestão

Certifique-se de que seus ERPs, sistemas de emissão de notas e controles internos estejam prontos para capturar os novos tributos. Quem já utiliza soluções modernas ganha vantagem, enquanto quem ainda registra movimentações em planilhas precisará agir rápido.

#### Revise processos, contratos e políticas

Analise toda a cadeia de suprimentos e estabeleça diálogo com parceiros, clientes e fornecedores. Ajuste contratos para prever os impactos tributários e evite surpresas ao longo da transição.

#### Invista em capacitação e apoio

Participe de treinamentos, webinários e mantenha-se informado junto a entidades de classe, fornecedores de software e consultores especializados.

### Conclusão

A reforma tributária inaugura uma nova era no Brasil, promovendo modernização, transparência e maior justiça fiscal. Embora traga desafios, este é um momento estratégico para as empresas intensificarem a digitalização dos seus controles, revisarem suas estratégias e fortalecerem parcerias. Quem se prepara desde já, investindo em tecnologia, informação e capacitação, estará mais pronto para aproveitar as oportunidades que surgirão nessa nova ordem tributária.

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